segunda-feira, 27 de maio de 2013

ENCONTRO DA JUVENTUDE DO COLÉGIO SÃO JOSÉ

por Reinaldo João de Oliveira
Coordenador da Pastoral Escolar do Colégio São José


Contamos com a presença significativa das nossas educandas e educandos em todos os momentos, antecipadamente pensados, planejados, organizados e, principalmente, entregues à Ação da Graça Divina sob o dinamismo do Espírito Santo de Deus, que traz o vigor que necessitamos. Fomos iluminados por esta luz constante da Palavra e da Mística do início ao término deste encontro (cf. Ex 3,14. 15, 26; Jo 1,23 e Is 6,8).
Nas nossas Oficinas, pudemos contar com assessorias especializadas de gente comprometida com a causa da juventude já inaugurada na infância e na adolescência (se é que podemos caracterizar metodicamente, conforme questionamos durante os nossos processos).

  Assim, oferecemos momentos como possibilidade à todos/as integrassem-se, nos horizontes de Paz e Alegria, com as práticas de ações e intervenções sociais pautadas nos projetos que nos desafiamos para o decorrer deste ano; de Fé e Vida, meditando e vivenciando elementos de espiritualidades e o testemunho fraterno na convivência humana; e de Comunicação e Arte para elaborar estratégias, metas e materiais que nos auxiliam enfocar as realidades mais necessárias correspondentes ao mundo e à sociedade atual.

         Acreditamos ser também a função da escola a formação integral dos/as educandos/as sobre as competências, as habilidades e os valores envolvidos em conjunto com bons propósitos e interesses, contribuindo para a formação de consciências cidadãs, cooperativas, autônomas para a vida de todo/as. Muitas foram as oportunidades criadas para a expressão e integração, desde o planejar conjuntamente, as decisões tomadas em grupo, a compreensão e o equilíbrio básico do que favorece a criação de uma sociedade mais justa e fraterna, melhor para todos na prática.

Agradecemos aos educandos/as e suas famílias que aceitaram o convite e se comprometeram..., particularmente, às educadoras dedicadas e colaboradores/as que acreditam nos sonhos e investem com postura de quem crê na semente do hoje e nos frutos como esperança e boas novas do amanhã.


segunda-feira, 20 de maio de 2013

JUVENTUDE EM QUESTÃO



Bem-aventuranças das Juventudes

por Roberto E. Zwetsch – IECLB

Felizes os jovens pobres de tudo o que lhes é direito
deles é o jardim e a praça de Deus.

Felizes os manos e as minas que choram
eles serão consolados amorosamente.

Felizes os jovens inspirados, teimosos, formes
deles e delas será a terra.

Felizes os miúdos e as miúdas que têm fome e sede de justiça
eles e elas serão fartos. 

Felizes os que têm e vivem a COMPAIXÃO para com o outro
eles e elas alcançarão a misericórdia do Deus vivo.

Felizes os limpos de coração e os jovens especiais,
eles e elas verão a Deus.

Felizes os manos e as minas que lutam pela paz pacificando
eles e elas serão conhecidos como filhas e filhos de Deus.

Felizes os moços e moças que assumem o risco da perseguição
porque lutam pela justiça e pela paz.

Felizes vocês que - por minha causa, disse Jesus -
forem injuriados, perseguidos, espinafrados todo dia,
também quando, mentindo, fizeram todo o mal contra vocês
alegrem-se e dêem a volta por cima - cantando -
porque é grande o tesouro, a mina, que vocês têm guardado
no jardim e na praça de Deus.

Porque da mesma forma perseguiram aos profetas que vieram antes de vocês:
Dom Helder Câmara, Martin Luther King Jr, Dietrich Bonhoeffer, Dom Oscar Romero, Santo Dias da Silva, Margarida Alves, Chico Mendes, Marçal de Souza Tupã-y, Chicão Xucuru, Sepé Tiarajú, Vladimir Herzog, Paulo Wright, Rose Sem Terra, Alexandre Vannuchi... E tanto outros manos e minas.

Vocês são e serão felizes porque descobriram a novidade da Vida!
Assim seja.


sábado, 18 de maio de 2013

A MISSÃO DA COMUNIDADE



A celebração neste domingo, 19 de maio de 2013, terá como enfoque a Missão confiada aos discípulos e discípulas de Jesus. Postamos estes comentários para refletirmos sobre o texto do Evangelho de  João 20,19-31.



Por Frei Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Frei Francisco Orofino, em:

 

 

"A PAZ ESTEJA COM VOCÊS!"
(João 20,19-22)

Texto extraído do livro RAIO-X DA VIDA: Círculos Bíblicos do Evangelho de João. Coleção A Palavra na Vida 147/148. Autoria de Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino. Publicação: Centro de Estudos Bíblicos (CEBI).

OLHAR DE PERTO AS COISAS DA NOSSA VIDA

No texto de hoje, vamos meditar sobre a aparição de Jesus aos discípulos e a missão que eles receberam. Eles estavam reunidos com as portas fechadas porque tinham medo dos judeus. De repente, Jesus se coloca no meio deles e diz: "A paz esteja com vocês!" Depois de mostrar as mãos e o lado, ele diz novamente: "A paz esteja com vocês! Como o pai me enviou, eu envio vocês!" Em seguida, lhes dá o Espírito para que possam perdoar e reconciliar. A paz! Reconciliar e construir a paz! Esta é a missão que recebem.
A Paz de Jesus!

Hoje, o que mais falta é a paz: refazer os pedaços da vida, reconstruir as relações quebradas entre as pessoas. Relações quebradas por causa da injustiça e por tantos outros motivos. Jesus insiste na paz. Repete várias vezes! As pessoas que lutam pela paz são declaradas felizes e são chamadas filhos e filhas de Deus (Mt 5,9)! Vamos conversar mais sobre isso...

SITUANDO

Na conclusão do capítulo 20 (Jo 20,30-31), o autor diz que Jesus fez "muitos outros sinais que não estão neste livro. Estes, porém, foram escritos (a saber os sete sinais relatados nos capítulos 2 a 11) para que possam crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, acreditando, ter a vida no nome dele" (Jo 20,31). Mais tarde, foi acrescentado o Livro da Glorificação que descreve a hora de Jesus, a sua morte e ressurreição. Assim, o que era o final do Livro dos Sinais passou a ser conclusão também do Livro da Glorificação.

COMENTANDO

João 20,19-20: A experiência da ressurreição

Jesus se faz presente na comunidade. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Até hoje é assim! Quando estamos reunidos, mesmo com todas as portas fechadas, Jesus está no meio de nós. E até hoje, a primeira palavra de Jesus é e sempre será: "A paz esteja com vocês!" Ele mostrou os sinais da paixão nas mãos e no lado. O ressuscitado é o crucificado! O Jesus que está conosco da comunidade não é um Jesus glorioso que não tem mais nada em comum com a vida da gente. Mas é o mesmo Jesus que viveu nesta terra, e traz as marcas da sua paixão. As marcas da paixão estão hoje no sofrimento do povo, na fome, nas marcas de tortura, de injustiça. É nas pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater que Jesus ressuscita e se faz presente no meio de nós.
 
Os Planos de Deus... e Sua Ação Divina pela Graça!
João 20,21: O envio: "Como o Pai me enviou, eu envio vocês!"

É deste Jesus, ao mesmo tempo crucificado e ressuscitado, que recebemos a missão, a mesma que ele recebeu do Pai. E ele repete: "A paz esteja com vocês!" Esta dupla repetição acentua a importância da paz. Construir a paz faz parte da missão. Paz significa muito mais do que só ausência de guerra. Significa construir uma convivência humana harmoniosa, em que as pessoas possam ser elas mesmas, tendo todas o necessário para viver, convivendo felizes e em paz. Esta foi a missão de Jesus, e é também a nossa missão. Numa palavra, é criar comunidade a exemplo da comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

João 20,22: Jesus comunica o dom do Espírito

Jesus soprou e disse: "Recebei o Espírito Santo". É só com a ajuda do Espírito de Jesus que seremos capazes de realizar a missão que ele nos dá. Para as comunidades do Discípulo Amado, Pásscoa (ressurreição) e Pentecostes (efusão do Espírito) são a mesma coisa. Tudo acontece no mesmo momento.


ALARGANDO

A ação do Espírito no Evangelho de João

A língua hebraica usa a mesma palavra para dizer vento e espírito. Como dissemos, o vento tem, dentro de si, um rumo, uma direção: vento norte, vento sul. Assim, o Espírito de Deus tem um rumo, um projeto, que se manifesta na criação. No Evangelho de João a gente vê como as profecias se realizam em Jesus. João usa muitas imagems e símbolos para significar a ação do Espírito. Como na criação, assim o Espírito desceu sobre Jesus "como uma pomba, vindo céu". É o começo da nova criação! Jesus fala as palavras de Deus e nos comunica o Espírito sem medida. Suas palavras são Espírito e vida. Quando Jesus se despediu, ele disse que ia enviar um outro consolador, um outro defensor, para ficar conosco. É o Espírito Santo. Através de sua paixão, morte e ressurreição, Jesus conquistou o dom do Espírito para nós.

Através do batismo todos nós recebemos este mesmo Espírito de Jesus. Quando apareceus aos apóstolos, soprou sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo!" O Espírito é como água que jorra de dentro das pessoas que crêem em Jesus. O primeiro efeito da ação do Espírito em nós é a reconciliação: "Aqueles a quem vocês  perdoarem os pecados serão perdoados; aqueles aos quais retiverem, serão retidos". O Espírito nos é dado para que possamos lembrar e entender o significado pleno das palavras de Jesus. Animados pelo Espírito de Jesus, podemos adorar a Deus em qualquer lugar. Aqui se realiza a liberdade do Espírito.

Shalôm: a construção da paz

O primeiro encontro entre Jesus ressuscitado e seus discípulos é marcado pela saudação feita por ele: "A paz esteja com vocês!" Por duas vezes Jesus deseja a paz a seus amigos. Esta saudação é muito comum entre os judeus na Bíblia. Ela aparece quando surge um mensageiro de Deus. Logo em seguida, Jesus os envia em missão, soprando sobre eles o Espírito. Paz, Missão e Espírito! Os três estão juntos. Afinal, construir a paz é a missão dos discípulos e das discípulas de Jesus (Mt 10,13; Lc 10,5). O Reino de Deus, pregado e realizado por Jesus e continuado pelas comunidades animadas pelo Espírito, manifesta-se na paz. O Evangelho de João mostra que esta paz, para ser verdadeira, deve ser a paz trazida por Jesus. Uma paz diferente da paz construída pelo império romano.

Paz na Bíblia (em hebraico é shalom) é uma palavra muito rica, significando uma série de atitudes e desejos do ser humano. Paz significa integridade da pessoa diante de Deus e dos outros. Significa também uma vida plena, feliz, abundante. A paz é sinal da presença de Deus, porque o nosso Deus é um "Deus da paz". Por isso mesmo, a proposta de paz trazida por Jesus também é sinal de "espada", ou seja, de perseguições para as comunidades. O próprio Jesus faz este alerta sobre as tribulações promovidas pelo império tentando matar a paz de Deus.


A ação do Espírito Santo na Comunidade, modifica, transforma e dá muitos frutos, principalmente: testemunho de vida fraterna, amor ao próximo (aos mais carentes e necessitados, particularmente). Eis a verdadeira renovação do amor, do antigo costume (das práticas conservadoras e repressoras pautadas no legalismo), tornando novo no modo de ser, viver e agir! O amor é capaz melhorar todas as relações...



É preciso confiar, lutar, trabalhar, perseverar no Espírito para que um dia a paz de Deus triunfe. Neste dia "amor e verdade se encontram, justiça e paz se abraçam". Então, como ensina Paulo, "o Reino será justiça, paz e alegria como fruto do Espírito Santo" e "Deus será tudo em todos".

O Apóstolo Paulo, após sua conversão, pregando aos Tessalonissenses...

O verdadeiro discípulo e a verdadeira discípula de Cristo se pauta na pedagogia do Amor para viver e ensinar.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Estilo Missionário Cristão


O estilo do Missionário de Jesus Cristo é a profecia e o testemunho da prática libertadora em toda forma de opressão e injustiça.


Aquele mesmo homem que é Deus, que nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e que subiu para Deus e nos envia o Espírito Santo, defensor dos pobres e de todas as injustiças...

 

Depois da Páscoa da Paixão, a missão de Jesus continua: fazer descer da cruz os pobres!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

A benção de Jesus


A leitura que a Igreja propôs neste domingo foi o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24, 46-53 que corresponde a Festa da Ascensão, ciclo C do Ano Litúrgico.


O teólogo espanhol José Antonio Pagola comentou o texto, do seguinte modo:
Jesus só pensa em chegar a todos os povos o anúncio do perdão e da misericórdia de Deus. Que todos escutem a Sua chamada a conversarem. Ninguém tem de se sentir perdido. Ninguém há de viver sem esperança. Todos hão de saber que Deus compreende e ama os seus filhos e filhas, sem fim. Quem poderá anunciar esta Boa Nova? São os últimos momentos de Jesus com os seus. Em seguida os deixará para entrar definitivamente no mistério do Pai. Já não os poderá acompanhar pelos caminhos do mundo como o fez na Galileia. A sua presença não poderá ser substituída por ninguém.
Segundo o relato de Lucas, Jesus não pensa em sacerdotes nem bispos. Tampouco em doutores ou teólogos. Quer deixar na terra “testemunhas”. Isto é o primeiro ponto: “vós sois testemunhas destas coisas”. Serão testemunhas de Jesus os que comunicarem a sua experiência de um Deus bom e contagiarem com o seu estilo de vida trabalhando por um mundo mais humano.
Mas Jesus conhece bem os seus discípulos. São débeis e covardes. Onde encontrarão a audácia para ser testemunhas de alguém que foi crucificado pelo representante do Império e os dirigentes do Templo? Jesus tranquiliza-os: “Eu vos enviarei o que o meu Pai prometeu”. Não lhes vai a faltar a “força do alto”. O Espírito de Deus os defenderá.
Para expressar graficamente o desejo de Jesus, o evangelista Lucas descreve a sua partida deste mundo de forma surpreendente: Jesus volta ao Pai levantando as suas mãos e abençoando os seus discípulos. É o seu último gesto. Jesus entra no mistério insondável de Deus e sobre o mundo faz descer a sua bênção.
Aos cristãos, esquece-nos que somos portadores da bênção de Jesus. A nossa primeira tarefa é ser testemunha da Bondade de Deus. Manter viva a esperança. Não nos rendermos ante o mal. Este mundo que parece um “inferno maldito” não está perdido. Deus olha com ternura e compaixão.
Também hoje é possível procurar o bem, fazer o bem, difundir o bem. É possível trabalhar por um mundo mais humano e um estilo de vida mais são. Podemos ser mais solidários e menos egoístas. Mais austeros e menos escravos do dinheiro. A mesma crise econômica pode-nos empurrar para procurar uma sociedade menos corrupta.
Na Igreja de Jesus temos esquecido que a primeira coisa a se fazer é promover uma “pastoral da bondade”. Temos de nos sentir testemunhas e profetas desse Jesus que passou a sua vida semeando gestos e palavras de bondade. Assim despertou nas pessoas da Galileia a esperança num Deus Salvador. Jesus é uma bênção e as pessoas têm que conhecê-lo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Êxodo: Caminhada, Travessia, Libertação


 Conforme o texto do livro do Êxodo
(Ex 15, 2218, 27)
 
Imagem figurativa e comentário descritivo sobre a travessia do Povo de Deus...

Assim como Moisés, o Patriarca que resume a Lei nas Escrituras Sagradas (através dos Dez Mandamentos, recebidos no Monte Sinai), nós precisamos aprender através das Vivências como pensar nossas práticas e caminhar para a Liberdade. O livro do Êxodo descreve a Luta de Libertação, que é fruto da caminhada do Povo de Deus, por volta de 1230 a.C. Assim, o povo atribuía a Deus, não só a vitória na Travessia do Mar vermelho entre outros fatos...
 
Figura de Moisés

Aproximadamente 3.243 anos depois, o Rio de Janeiro será sede da próxima Jornada Mundial da Juventude, onde muitos Jovens do Mundo todo se direcionam para um ideal de busca semelhante ao do Povo no Egito, quando lá no deserto fugia da opressão e sonhava uma outra realidade de justiça, paz e fartura com solidariedade (a Terra Prometida). Aqui também, no Colégio São José, caminhamos rumo ao Êxodo, ao sediar o 7º Encontro da Pastoral da Juventude Escolar da Rede Santa Paulina, com a presença de jovens de todos os Colégios (do Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina), de 30 de Agosto à 1º de Setembro deste ano, com os seguintes tema e lema:
Tema: Juventude e suas realidades
Lema: Uma atitude jovem para um mundo melhor

Antes disso ainda temos nos organizado enquanto Colégio para projetos sociais e nas ações de cidadania. Quem está disposto à somar nesta caminhada pastoral, é convidado a vir participar conosco...

Próximos atos:

16 de Maio: Vivência com a Turma do Terceirão.

17 de Maio: faremos outra Vivência Prática em algumas realidades de Itajaí:
- Projeto Brincadeira de Criança (com brincadeiras e doações de livros infantis, doces, balas, roupinhas de Crianças, principalmente de inverno). Será um momento muito agradável, onde iremos pintados de palhaços e personagens do universo infantil para vivenciar em atitude de solidariedade com nossos pequenos irmãos e irmãs dos lares: Fabiano, Pe. Jacó, APAE e Casa de Acolhimento Santa Paulina.

25 e 26 de Maio: Encontro da Juventude, no CEAR, em Governador Celso Ramos: momentos de descontração e formação (humana, social, espiritual). Com Oficinas, Dinâmicas e Convivência num ambiente muito agradável.




Tempo de Travessia

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e se não ousarmos fazê-la, ficaremos à margem de nós mesmos.
(Fernando Pessoa)




sexta-feira, 3 de maio de 2013

Somos desafiados à Crescer no Conhecimento


Escola em Pastoral: ressignificação de alguns conceitos
por Rodinei Balbinot
[in: EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE – fundamentos da escola em pastoral, 2010, pp. 45-52.]


Educação
A palavra educação tem duas principais raízes etimológicas latinas: educare e educere. Educare significa criar, alimentar. Educere quer dizer conduzir de dentro para fora.

Educação compreende uma inter-relação interpessoal significante – de fora para dentro e de dentro para fora. Significante porque as pessoas interferem umas nas outras e constroem sentidos que podem vir a mudar a visão de mundo e, deste modo, mudar também a sua prática.

A natureza da ação educativa pode ser vista como uma interação cuja objetividade somente existe no seu próprio ato. O que se pode ver, porém, não é tudo o que ela significa.

Educação é uma experiência, não um objetivo tangível. Não há algo a que possamos olhar, tocar e dizer: eis aqui a educação. Existe um vai-e-vem de mensagens, um conjunto de relações através das quais trocamos, construímos e reconstruímos sentidos. Instrumentos, recursos e estratégias auxiliam na organização desta experiência, mas as pessoas é que a vivem, constroem e reconstroem. (...)

A educação é, no fundo, como o mistério. Mostra-se, deixa-se experimentar, mas, ao mesmo tempo, esconde-se e provoca o desejo de busca e superação. A racionalidade pedagógica encontra-se, aqui, com uma de suas questões fundamentais, qual seja, há sempre mais do que ela pode explicar. E isso deixa aberta a possibilidade de crescimento e superação. É como se quiséssemos tocar o horizonte. Olhamos do ponto onde nos encontramos e caminhamos a fim de alcançá-lo, mas, quando chegamos lá, ele já se colocou mais além.







Momento dedicado à Aprendizagem



Escola
A palavra escola vem do termo grego skhole, que significa ócio. Indica, portanto, aquele momento da vida dedicado somente à aprendizagem, não à produção.

Embora o indivíduo da espécie humana aprenda na convivência com seus pares, desde muito tempo foi criada uma instituição com a finalidade específica de ensinar aquilo que a comunidade humana acumulou de conhecimentos ao longo de sua história. A criação da escola deu aos pais certa liberdade para realizar as atividades direcionadas para os bens necessários para viver.
A escola, assim, é o espaço-tempo destinado ao ensino e à aprendizagem. Um ambiente organizado para pôr cada indivíduo à altura da sociedade de que faz parte. Esta é a principal expectativa que os pais têm em relação à escola. Dizendo de outra forma, isto é o que se espera de toda a escola. O que está abaixo disso é uma pseudoescola, o que está acima é uma escola diferenciada.

Enquanto instituição social, a escola segue as leis e normas fixadas pelo Estado. O Estado cria e controla normas referentes ao acesso, permanência e conclusão, bem como as leis e diretrizes do ensino, que prevêem uma base comum obrigatória de áreas de conhecimento.

Movimento interativo no Espaço-tempo




Pedagogia

A palavra pedagogia significa, literalmente, conduzir crianças. Lembra tanto o movimento interativo da educação quanto o espaço-tempo dedicado especificamente ao ensino e à aprendizagem.

Nas sociedades complexas a escola e a educação adquiriram o estado de espaço-tempo. Desta forma, também surgiu a necessidade de constituir uma área de conhecimento focada na educação. Esta é a área pedagógica. À pedagogia cabe o estudo e a pesquisa da educação. Chama-se a pedagogia de ciência da educação.
A pedagogia pode e deve dialogar com outras ciências, já que seu objeto de estudo – a educação – congrega em si um conjunto de objetos de interesse de outras ciências, das humanas às da natureza.

Aos profissionais da educação – coordenadores/as pedagógicos, orientadores/as educacionais e professores/as – exige-se que: a) conheçam a ciência pedagógica; b) estudem e pesquisem os processos de ensino-aprendizagem que acontecem na escola (incluindo a sua própria prática); c) saibam utilizar os procedimentos, recursos e instrumentos pedagógicos na sala de aula e em outras atividades escolares.