sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A Educação com afeto na pedagogia do amor


No caminho da sistematização sobre nossas práticas pedagógicas e pastorais, realizamos alguns encontros, em forma de bate-papo, debatendo em nosso programa de rádio cujo lema é a “Educação, serviço à Vida”.
Recentemente tivemos a oportunidade de pautar aquilo que faz parte do cotidiano no Colégio São José, o aspecto da “Educação no Afeto”, com o enfoque dado pela Pedagogia do Amor. Assim, durante as entrevistas que realizamos, frisamos alguns estudos e reflexões nessa área, fundamentados em bases teóricas sérias, que perpassa desde a psicologia transpessoal à inteligência emocional.

Enquanto aplica-se à pedagogia, alguns autores afirmam que desenvolver isso significa alterar as práticas de sala de aula incentivando a afetividade na relação de educandos e educadores e entre seus pares, com o objetivo de criar um ambiente de bem-estar na escola que busca melhorar o ensino-aprendizagem.
É fato que nossa escola acredita na força que move a ação humana para um fecundo aprendizado, o amor. Por conseguinte, há muitos críticos que não endossam essa prática, dizendo-se construtivistas, embora na prática Piaget não fora ainda entendido por estes e nem sua teoria.
Desconhecendo o caráter deste embasamento, que não se reflete em qualquer ambiente escolar, há quem não crê nesta forma de educação, estruturante e libertadora, e atribui à “pedagogia do afeto” uma aplicação simplista, pouco a ver com sua matriz teórica.

Usar por usar certa definição para reforçar uma ideia difusa não tem sentido algum. Por isso, na prática, a educação tem esse papel transformador na vida de quem aprende ensinando e ensina aprendendo, com afeto e uma relação pessoal. Educadores amigos e ambientes agradáveis são sempre buscas e projetos que deveriam ser aplicados na escola. Mas, como poderíamos medir o amor ou sua forma de aplicação? Neste aspecto, é impossível dizer se funciona ou não.
Nossa prática busca centrar-se na pessoa humana e, por isso, não devemos desprezar a condição que esta pessoa nos vem. Portanto, a sensibilização (pelo afeto) se constitui também como uma importante ferramenta para fundamentarmos nosso trabalho enquanto educadores/as para além da própria escola, para a vida.
Mas, o que estamos querendo afirmar? O afeto não é um utilitário que serve como um antídoto ao fracasso da formação escolar no sentido de transmitir conhecimentos da cultura universal e desenvolver o raciocínio analítico e a curiosidade dos educandos. Não se justifica a crítica que o fracasso técnico pode ser resolvido apenas com amor, ou que se esconderia camuflado em uma causa nobre de dar e receber afeto. A prática pedagógica, neste sentido, é o estímulo, junto com o ambiente adequado.

Escola, Igreja e família devem persistir em formar cidadãos, diferentemente do que a grande mídia e a publicidade fazem ao formar consumistas. Pois, segundo reflete Frei Betto como grande educador, referindo-se a este sistema de mídia:

“o sistema quer formar consumistas. Daí porque muitos jovens hoje estão fixados em quatro ‘valores’: poder, dinheiro, beleza e fama. Quanto maior a ambição, maior o buraco no coração. E quanto maior o buraco no coração, maior o número de farmácias em cada esquina, para tentar cobrir a frustração. Estamos indo para a barbárie, se continuar predominando como paradigma dessa pós-modernidade incipiente que estamos entrando, o mercado, a mercantilização de todas as dimensões da vida”.


Não podemos ser maniqueístas ao pensar que com o afeto, ou o amor, estaríamos alienando o/a educando/a... antes disso, o/a educador/a deve também preparar o terreno na mente e no coração do educando/a para transmitir o conhecimento e auxiliá-lo no seu desenvolvimento integral.

O Ensino não pode alienar as mentes, mesmo ao pretender formar o "cidadão crítico e consciente". Ou seja: a pessoa pode aprender desenvolvendo bons hábitos, educada para o bem comum, para os valores humanos, cristãos, cidadãos e é possível fazer isso criando um ambiente amoroso em sala de aula.
Nossa missão deve ser muito bem compreendida tanto pelo/a educador/a quanto pelo/a educando/a no sentido de haver colaboração e não uma “doutrinação”. Sim, precisamos ainda crescer e melhorar muito, mas seguimos numa boa direção. Já colhemos muitos bons frutos de educandos/as que passaram pelo Colégio e continuaremos a semear.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A importância da Pastoral na Educação


Promover a Pastoral na Educação tem sido cada vez mais importante no que merece particular atenção devido às exigências sempre maiores da formação para os valores em nossa sociedade. Primeiramente, pelo caráter de reflexão e ação, próprios dessa dimensão, onde o educador cristão pode descobrir formas de evangelizar através de processos educativos. É também necessário considerar que o compromisso com a educação transcende os limites da escola. A reflexão apóia-se com as práticas, ou vivências, nas múltiplas formas de educar, de modo particular nos projetos de reeducação dos próprios educandos e também dos educadores.
 
Em nosso jeito próprio e complementar da Pastoral, Rubem Alves acrescenta:




lembrem-se de que vocês [educadores] são pastores da alegria, e que a responsabilidade primeira de cada um/a é definida por um rosto que lhe faz um pedido: ‘Por favor, me ajude a ser feliz...”
(in: A alegria de ensinar. 3. ed.São Paulo: Ars Poética,1994.)


A ação Pastoral na Educação é uma forma de presença evangelizadora da Igreja no mundo da escola, possibilitando, por meio de processos pastorais e pedagógicos, dinâmicos e criativos, o encontro das pessoas com os valores do Reino de Deus. Logo, trata-se de uma reflexão e ação conjunta que questiona criticamente, à luz dos valores evangélicos, a Educação em si, os processos educativos e as estruturas das instituições e movimentos de Educação, bem como a vida e ação dos educadores: pais, professores, comunicadores, formadores de opinião e outras pessoas que influenciam direta e indiretamente a formação humana. Isso tem uma outra definição, e complementa-se na base do corpo escolar, em termos de práxis.