segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Horizontes de esperança


São muitos os desafios da Educação no mundo de hoje. Embora haja quem reflita que “ninguém educa ninguém”, partimos de um pressuposto contrário para nos questionar: o que seria essa função de educar e de ser educador numa sociedade global e plural onde as novidades e os desafios são prementes? Esse questionamento cabe mais ainda a quem se caracteriza como educador/a de fé encarnada na vida concreta, na realidade escolar e na pastoral.

por Reinaldo João de Oliveira
{Coordenador de Pastoral * Colégio São José}

Horizontes de esperança 
Urge ao educador saber ensinar como viver em meio aos desejos de ser e de ter mais; e os sintomas desta sociedade que torna o ser humano propenso ao isolamento-fechamento, com os medos modernos e os riscos gerados por situações de insegurança quanto ao outro (que se tornou uma ameaça). A violência que se apresenta e assusta, a corrupção que extrapola as bases da ética, o querer tirar vantagem em tudo, sem um mínimo bom-senso de uma convivência cidadã... Enfim, são muitos os ditames de uma sociedade voraz pelos ‘valores modernos exacerbados’, além das inovações que tornam o cenário cada vez mais competitivo em detrimento ao trabalho, renda e a subsistência, além das novas conquistas no campo das ciências, especialmente da tecnologia e da informação. A Educação deve suprir a tudo? Evidente que não precisa dar respostas, mas com certeza precisa ajudar a pensar, refletir, meditar e, mais ainda: ensinar a viver.

Neste clima de final de ano, constantemente ano a ano, aparece sempre, uma luz que nos guia como alerta para a busca de mirar uma educação integrada, como Esperança. Essa luz se chama Jesus, que continua se encarnar nas oportunidades que tocam especialmente educadores/as cristãos/ãs, numa sociedade não humanizada, e muito menos humanizadora.
Meditemos a Palavra de Deus na perspectiva da Educação: que caminhos nos são apontados? Qual o caminho de Jesus? Podemos ler no Evangelho de São João capítulo 6, versículo 68.

O que o texto do Evangelho de João nos ensina?
Fato é que Jesus não se preocupava com o número de seguidores em seus caminhos. Tanto que num certo momento ele questionou sobre isso, quando Ele dizia que o caminho era estreito, a multidão ao ouvi-lo, deixaram-no falando e foram embora... e muitos dos seus discípulos, ouvindo suas palavras, disseram: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”. Então, olhando para os seus, disse-lhes Jesus: “Vocês também querem ir embora?” Ou seja, interpretando as palavras de Jesus: “Eu lhes ensinei o caminho do reino dos céus. Vocês vão desistir também como esses que viraram as costas?” E Pedro manifestou-se dizendo: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”.

Notemos que algumas pessoas na direção de uma organização tentam deixar o caminho sempre um pouco mais largo porque temem afastar as pessoas, pensando mais em números (quantidade) do que propriamente em qualidade. Lembremos, se quisermos ser fiéis seguidores/as no Pastoreio de Jesus, que o caminho para o céu é estreito.
E, muitas vezes, o anuncio de Jesus parece uma palavra dura, e que a multidão toma como um fardo pesado... Só que na verdade o julgo que Jesus dá para as pessoas é suave, e o fardo é leve, só que as pessoas querem um fardo mais leve ainda, querem facilidades para entrar no reino dos céus.
Lembremo-nos que é Ele, Jesus, quem nos capacita na missão, no serviço, autêntico e verdadeiro. Por isso, o processo é lento, cuidadoso, de observação, acompanhamento e de sincera entrega, análise, e continuidade na ação pensada (práxis).

Para uma Educação à serviço da Vida
Enquanto educadores/as cristãos/ãs não devemos nos permitir aplicar ensinamentos sem vivenciarmos os valores do Reino anunciados por Jesus e nem reduzir a Escola à um espaço de simples reprodução fácil. Estejamos atentos/as em levar sempre em conta a pessoa humana, amada e criada por Deus como um projeto de amor.


Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei...
(Jeremias 1,5)

A ação dos cristãos/ãs, na especificidade da ação Católica e “para além da Escola...” deve guiar-se para uma educação libertadora (proposta da II CELAM, Medellín, 1968).
Um serviço de apostolado na construção do Reino de Deus que é de justiça, de amor e de paz.
Precisamos ter um olhar de esperança para servir e, no servir, mudar a realidade, nossos próprios paradigmas e todos os outros passos dados em outras direções.

Que as sementes do hoje se traduzam em frutos de esperança na justiça, paz, alegria e muito amor para todas nossas famílias!
Um abençoado Natal a todos e um Ano Novo Pleno de realizações!

Fraternalmente:
Reinaldo João de Oliveira