Compilação de textos, imagens e reflexões
partilhadas pela Rede, com auxílio nas reflexões de Dom Orlando Brandes
(arcebispo de Londrina-PR).
Vivemos
um momento todo especial para nossa vida cristã, de filhos e filhas de Deus,
que é o mês da Palavra de Deus revelada nas Sagradas Escrituras.
Bíblia
é um termo que simboliza uma compilação de vários textos chamados de canônicos
(oficiais) pela nossa santa mãe Igreja. Por isso, somos convidados/as na
animação pastoral em nossa vida pessoal, familiar, escolar e em sociedade.
ANIMAÇÃO BÍBLICA NA VIDA DA IGREJA
A
CNBB lançou o Documento 97 cujo título é: “Discípulos e Servidores da Palavra
de Deus na missão da Igreja”. Estamos diante de uma proposta bíblica corajosa
que chamamos de “Animação Bíblica de toda a vida
da Igreja e da Pastoral”. Passamos da “pastoral bíblica” para uma
animação bíblica de toda a Igreja. O que se pretende é colocar a Palavra no
centro, respeitar sua primazia como alma do nosso ser e agir cristão.
A
Palavra deve ser a inspiração, a seiva, o caminho, o alimento da vida
sacramental e pastoral, para evitarmos a sacramentalização e o devocionalismo.
Para isso precisamos de três experiências com a Palavra, ou seja, formação
bíblica, oração bíblica e anúncio da Palavra. É bom recordar a mensagem
conclusiva do Sínodo da Palavra (2008)
onde se diz que a Palavra tem uma “voz”, isto é, a revelação divina, tem um
“rosto” que é Jesus Cristo; tem uma “casa” que é a Igreja e tem um caminho que
é a missão.
Grande
ênfase é dada à “leitura
orante da Bíblia” (Lectio Divina)
através da qual acontece um encontro pessoal com Deus, um relacionamento por
Jesus Cristo, seu Evangelho e seu reino. Outra oportunidade privilegiada de
encontro com a Palavra de Deus é a homilia por ocasião das celebrações
litúrgicas. Maior atenção deve ser dada à celebração da Palavra onde não há
sacerdotes para celebrar a missa.
Para
acontecer a animação bíblica de toda a vida da Igreja, o Documento faz algumas
propostas novas, a saber: tornar a Bíblia o livro principal da catequese,
realizar um ano bíblico, promover congressos bíblicos, criar comissões bíblicas
em todos os setores da Igreja, oferecer subsídios bíblicos, rezar a Liturgias
das Horas ou ao menos os salmos com o povo.
A
animação bíblica de toda a vida da Igreja deve facilitar o acesso à Bíblia nas
famílias, preparar os leitores (ministros da Palavra)
realizar retiros bíblicos e ter escola bíblica nas paróquias, fomentar o
profetismo e o ecumenismo. Semanas bíblicas, maratonas, dia da Palavra,
simpósios, seminários bíblicos e outras criatividades especialmente na internet
são bem vindas, como também educar para o silêncio, a escuta e o amor à
Palavra.
A dimensão bíblico-social é
fundamental para o profetismo, a promoção dos direitos da pessoa, a
reconciliação, a paz, a política. Especial atenção deve ser dada aos pobres,
migrantes, doentes, defesa do meio ambiente. Os jovens, os encarcerados sejam
atraídos a conhecer e viver a Palavra.
Os
meios mais comuns para a animação bíblica são os círculos bíblicos, os grupos
de reflexão, as CEB’s, os meios de comunicação social, as missões populares. É
preciso dar uma dimensão bíblica a todos os eventos celebrativos como: novenas,
procissões, romarias, reza do rosário, via-sacra, religiosidade popular,
acólitos, infância missionária, movimentos eclesiais. Sem a Palavra a iniciação
à vida cristã não acontece. Nos seminários sejam oferecidos, além dos estudos
bíblicos, as leituras orantes da Palavra, para que nossos vocacionados adquiram
um coração bíblico. Antes de ser mestra do anúncio, a Igreja deve ser “mestra
da escuta” da Palavra de Deus.
Percebemos
que a CNBB quer alavancar o amor à Palavra de Deus e dar-lhe a primazia que
merece. Hoje é ainda muito atual a pergunta: “Que
fizeste com minha Palavra” (Bernanos).
Em nossos tempos falamos de iniciação cristã, nova evangelização, missão
permanente, necessidade do profetismo e do ecumenismo. Para tudo isso acontecer
há uma condição: o amor, o conhecimento e a vivência da Palavra de Deus.
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