São muitos os desafios da Educação
no mundo de hoje. Embora haja quem reflita que “ninguém educa ninguém”, partimos
de um pressuposto contrário para nos questionar: o que seria essa função de
educar e de ser educador numa sociedade global e plural onde as novidades e os
desafios são prementes? Esse questionamento cabe mais ainda a quem se
caracteriza como educador/a de fé encarnada na vida concreta, na realidade
escolar e na pastoral.
por Reinaldo João de Oliveira
{Coordenador de Pastoral * Colégio
São José}
Horizontes de esperança
Urge ao educador saber ensinar como
viver em meio aos desejos de ser e de ter mais; e os sintomas
desta sociedade que torna o ser humano propenso ao isolamento-fechamento, com os
medos modernos e os riscos gerados por situações de insegurança quanto ao outro
(que se tornou uma ameaça). A violência que se apresenta e
assusta, a corrupção que extrapola as bases da ética, o querer tirar vantagem
em tudo, sem um mínimo bom-senso de uma convivência cidadã... Enfim,
são muitos os ditames de uma sociedade voraz pelos ‘valores modernos
exacerbados’, além das inovações que tornam o cenário cada vez mais competitivo
em detrimento ao trabalho, renda e a subsistência, além das novas conquistas no
campo das ciências, especialmente da tecnologia e da informação. A Educação
deve suprir a tudo? Evidente que não precisa dar respostas, mas com certeza
precisa ajudar a pensar, refletir, meditar e, mais ainda: ensinar a viver.
Neste clima de final de ano,
constantemente ano a ano, aparece sempre, uma luz que nos guia como alerta para
a busca de mirar uma educação integrada, como Esperança.
Essa luz se chama Jesus, que continua se encarnar nas oportunidades que tocam
especialmente educadores/as cristãos/ãs, numa sociedade não humanizada, e
muito menos humanizadora.
Meditemos a
Palavra de Deus na perspectiva da Educação: que caminhos nos são apontados?
Qual o caminho de Jesus? Podemos ler no Evangelho de São João capítulo 6, versículo
68.
O que o
texto do Evangelho de João nos ensina?
Fato é que Jesus não se preocupava
com o número de seguidores em seus caminhos. Tanto que num certo momento ele
questionou sobre isso, quando Ele dizia que o caminho era estreito, a multidão
ao ouvi-lo, deixaram-no falando e foram embora... e muitos dos seus
discípulos, ouvindo suas palavras, disseram: “Duro é este discurso; quem o pode
ouvir?”. Então, olhando para os seus, disse-lhes Jesus: “Vocês também querem ir embora?” Ou seja, interpretando as palavras de Jesus: “Eu lhes ensinei o caminho do reino dos céus. Vocês
vão desistir também como esses que viraram as costas?” E Pedro manifestou-se dizendo: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida
eterna”.
Notemos que algumas pessoas na
direção de uma organização tentam deixar o caminho sempre um pouco mais largo
porque temem afastar as pessoas, pensando mais em números (quantidade) do que
propriamente em qualidade. Lembremos, se quisermos ser fiéis seguidores/as no
Pastoreio de Jesus, que o caminho para o céu é estreito.
E, muitas vezes, o anuncio de Jesus
parece uma palavra dura, e que a multidão toma como um fardo pesado... Só que
na verdade o julgo que Jesus dá para as pessoas é suave, e o fardo é leve, só
que as pessoas querem um fardo mais leve ainda, querem facilidades para entrar
no reino dos céus.
Lembremo-nos que é Ele, Jesus, quem
nos capacita na missão, no serviço, autêntico e verdadeiro. Por isso, o
processo é lento, cuidadoso, de observação, acompanhamento e de sincera entrega,
análise, e continuidade na ação pensada (práxis).
Para
uma Educação à serviço da Vida
Enquanto educadores/as cristãos/ãs
não devemos nos permitir aplicar ensinamentos sem vivenciarmos os valores do
Reino anunciados por Jesus e nem reduzir a Escola à um espaço de simples
reprodução fácil. Estejamos atentos/as em levar sempre em conta a pessoa
humana, amada e criada por Deus como um projeto de amor.
“Antes de
formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à
luz, eu o consagrei...”
(Jeremias 1,5)
A ação dos cristãos/ãs, na especificidade
da ação Católica e “para além da Escola...” deve guiar-se para uma educação
libertadora (proposta da II CELAM,
Medellín, 1968).
Um serviço de apostolado na construção do Reino de Deus que é de justiça, de
amor e de paz.
Precisamos ter um olhar de
esperança para servir e, no servir, mudar a realidade, nossos próprios
paradigmas e todos os outros passos dados em outras direções.
Que as
sementes do hoje se traduzam em frutos de esperança na justiça, paz, alegria e
muito amor para todas nossas famílias!
Um
abençoado Natal a todos e um Ano Novo Pleno de realizações!
Fraternalmente:
Reinaldo João de
Oliveira